Jota Ferreira
Com 36 anos de rádio, desses, 30
dedicados também à TV, Jota Ferreira firmou-se como um dos grandes nomes
da mídia pernambucana. Na base de muito esforço, Jota como é chamado,
mudou o rumo de sua vida baseando-a na sua paixão pela comunicação.
Recifense do bairro do Alto do Mandu, fez o que muitos nordestinos fizeram décadas atrás, viajando para o Estado de São Paulo em busca de melhores condições de vida. Em São Caetano do Sul, enquanto trabalhava como barman em um estabelecimento que ficava em baixo da Rádio Cacique, se esforçava para tentar espaço nesse veículo. "Eu juntava as gorjetas que ganhava para comprar uma carteira de cigarros. Subia para a rádio e fazia uma troca com o locutor. Dava-lhe a carteira e ele me deixava falar a hora".
Seu ingresso definitivo como comunicador se deu na própria Rádio Cacique, que tempos depois havia aberto uma seleção para novos locutores. Jota Ferreira fez o teste e passou. "Naquela época não era preciso ter um curso superior. Bastava ter a voz grave, e saber fazer a coisa", disse Jota.
Depois da Rádio Cacique, Jota trabalhou na Rádio Bandeirantes na cidade de São Paulo. No Rio de Janeiro foi locutor no Sistema Globo de Rádio - depois trabalhou na Paraíba e no Rio Grande do Norte. Na Televisão Jota estreou em Pernambuco em 1974 na TV Jornal, com o programa Blitz Ação Policial.
A transição do rádio para a TV ocorreu com muita dificuldade. Muitos profissionais da televisão viam a entrada de Jota de forma desconfiada e preconceituosa. Jota Ferreira decidiu seguir em frente. "O cavalo celado passa, então aproveite porque o próximo não estará celado", comentou. Para treinar, pedia para a mãe segurar um espelho enquanto ele fingia estar na frente das câmeras. Jota Ferreira foi o primeiro apresentador em Pernambuco a fazer um programa a cores.
Apesar de ter trabalhado em várias áreas dentro do rádio e da TV como comentarista esportivo e noticiarista, foi como repórter de polícia que Jota Ferreira firmou seu nome. "Foi algo natural, pois até então não havia pensado nessa possibilidade. Quando menos percebi, eu já estava envolvido com aquilo".
Sempre ligado às comunidades periféricas e dando voz às pessoas que não a tem, Jota tornou-se uma espécie de porta voz do povo. Seja denunciando a violência seja denunciando o descaso do Governo em relação à periferia, como faz agora em seu novo programa na Rede Estação, O Repórter. "O grande responsável por toda essa violência e caos é o Governo, que não tem políticas básicas de saúde, educação, moradia e segurança. Quando há falta disso tudo, o 'povão' que não tem para onde ir, tem que se delinqüir".
Por tratar de assuntos polêmicos, Jota Ferreira recebeu inúmeros processos e ameaças de morte ao longo da carreira. Chegou a ter seu carro perfurado a balas em plena avenida Caxangá. "Eu estava dirigindo quando uma moto com dois homens emparelhou com o meu carro - eles tiraram as armas e gritaram: 'Vai morrer Jota Ferreira'. Eu me abaixei e por incrível que pareça não fui atingido", lembrou.
Em outro caso, desconfiado ao ver duas caminhonetes da Polícia Militar lotadas de presos - decide segui-las até um município na Paraíba. Lá, presenciou a execução sumária dos detentos. Conseguiu gravar, o que depois virou prova para a condenação dos policiais.
Um momento que marcou muito a vida de Jota ocorreu ainda em São Paulo, quando foi cobrir o famoso e trágico incêndio do edifício Joelma. "Eu fiquei pendurado por um cabo de aço, narrando a tragédia. Vi muita gente morrer queimada e outras pulando do prédio. Fui porque quis - hoje eu não iria".
Além do homem comunicador, Jota Ferreira já foi vereador do município do Recife no ano de 1982. Na época o vereador mais votado do seu partido (PDS). Foi a através do incentivo do seu amigo, Paulo Marques que Jota decidiu entrar na vida política. Hoje, além de apresentador na Rede Estação, Jota Ferreira é suplente de deputado.
Quanto ao futuro da comunicação, Jota é otimista. "Hoje está bem mais fácil. As pessoas estão se especializando e isso bom. Na minha época não havia faculdade na área ao contrário de hoje. Temos uma safra boa vindo por aí", porém acrescentou: "Mas deve-se ficar atento. Aquele que quer ser um bom jornalista deve ler muito. Não se escreve bem se não há o hábito de ler".
Rodrigo Valle Barradas
Fonte: Jornal de Fato
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Recifense do bairro do Alto do Mandu, fez o que muitos nordestinos fizeram décadas atrás, viajando para o Estado de São Paulo em busca de melhores condições de vida. Em São Caetano do Sul, enquanto trabalhava como barman em um estabelecimento que ficava em baixo da Rádio Cacique, se esforçava para tentar espaço nesse veículo. "Eu juntava as gorjetas que ganhava para comprar uma carteira de cigarros. Subia para a rádio e fazia uma troca com o locutor. Dava-lhe a carteira e ele me deixava falar a hora".
Seu ingresso definitivo como comunicador se deu na própria Rádio Cacique, que tempos depois havia aberto uma seleção para novos locutores. Jota Ferreira fez o teste e passou. "Naquela época não era preciso ter um curso superior. Bastava ter a voz grave, e saber fazer a coisa", disse Jota.
Depois da Rádio Cacique, Jota trabalhou na Rádio Bandeirantes na cidade de São Paulo. No Rio de Janeiro foi locutor no Sistema Globo de Rádio - depois trabalhou na Paraíba e no Rio Grande do Norte. Na Televisão Jota estreou em Pernambuco em 1974 na TV Jornal, com o programa Blitz Ação Policial.
A transição do rádio para a TV ocorreu com muita dificuldade. Muitos profissionais da televisão viam a entrada de Jota de forma desconfiada e preconceituosa. Jota Ferreira decidiu seguir em frente. "O cavalo celado passa, então aproveite porque o próximo não estará celado", comentou. Para treinar, pedia para a mãe segurar um espelho enquanto ele fingia estar na frente das câmeras. Jota Ferreira foi o primeiro apresentador em Pernambuco a fazer um programa a cores.
Apesar de ter trabalhado em várias áreas dentro do rádio e da TV como comentarista esportivo e noticiarista, foi como repórter de polícia que Jota Ferreira firmou seu nome. "Foi algo natural, pois até então não havia pensado nessa possibilidade. Quando menos percebi, eu já estava envolvido com aquilo".
Sempre ligado às comunidades periféricas e dando voz às pessoas que não a tem, Jota tornou-se uma espécie de porta voz do povo. Seja denunciando a violência seja denunciando o descaso do Governo em relação à periferia, como faz agora em seu novo programa na Rede Estação, O Repórter. "O grande responsável por toda essa violência e caos é o Governo, que não tem políticas básicas de saúde, educação, moradia e segurança. Quando há falta disso tudo, o 'povão' que não tem para onde ir, tem que se delinqüir".
Por tratar de assuntos polêmicos, Jota Ferreira recebeu inúmeros processos e ameaças de morte ao longo da carreira. Chegou a ter seu carro perfurado a balas em plena avenida Caxangá. "Eu estava dirigindo quando uma moto com dois homens emparelhou com o meu carro - eles tiraram as armas e gritaram: 'Vai morrer Jota Ferreira'. Eu me abaixei e por incrível que pareça não fui atingido", lembrou.
Em outro caso, desconfiado ao ver duas caminhonetes da Polícia Militar lotadas de presos - decide segui-las até um município na Paraíba. Lá, presenciou a execução sumária dos detentos. Conseguiu gravar, o que depois virou prova para a condenação dos policiais.
Um momento que marcou muito a vida de Jota ocorreu ainda em São Paulo, quando foi cobrir o famoso e trágico incêndio do edifício Joelma. "Eu fiquei pendurado por um cabo de aço, narrando a tragédia. Vi muita gente morrer queimada e outras pulando do prédio. Fui porque quis - hoje eu não iria".
Além do homem comunicador, Jota Ferreira já foi vereador do município do Recife no ano de 1982. Na época o vereador mais votado do seu partido (PDS). Foi a através do incentivo do seu amigo, Paulo Marques que Jota decidiu entrar na vida política. Hoje, além de apresentador na Rede Estação, Jota Ferreira é suplente de deputado.
Quanto ao futuro da comunicação, Jota é otimista. "Hoje está bem mais fácil. As pessoas estão se especializando e isso bom. Na minha época não havia faculdade na área ao contrário de hoje. Temos uma safra boa vindo por aí", porém acrescentou: "Mas deve-se ficar atento. Aquele que quer ser um bom jornalista deve ler muito. Não se escreve bem se não há o hábito de ler".
Rodrigo Valle Barradas
Fonte: Jornal de Fato
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