O secretário estadual de Segurança Pública, JOSÉ MARIANO BELTRAME, demitiu na sexta-feira (07) sete inspetores da Polícia Civil acusados de cometerem uma série de crimes, incluindo extorsão, roubo e receptação. Além disso, Beltrame pediu à Justiça que autorize a expulsão de (04) quatro oficiais da PM. Dois deles são citados na CPI das Milícias como integrantes da cúpula do grupo paramilitar que atua na comunidade de Rio das Pedras, em Jacarepaguá. Os demais oficiais têm ligações com a máfia dos caça-níqueis.
As demissões dos policiais civis serão publicadas na edição de segunda-feira do Diário Oficial. Os 11 policiais já tiveram seus processos julgados pela Corregedoria-Geral Unificada. Mas, no caso dos PMs, a expulsão precisa ser autorizada pela Justiça.
CINCO INSPETORES INTEGRAVAM UMA MESMA QUADRILHA
Dos (07) sete inspetores demitidos cinco são acusados de envolvimento numa quadrilha formada por 44 pessoas presas numa operação da Polícia Federal em setembro de 2009. São eles: Francisco José dos Santos, Miguel Ângelo dos Santos, Paulo Roberto Naffah Donin, Guilherme Joaquim Soares de Azeredo e Ailton Fernandes Agostinho. A quadrilha era investigada por roubo e receptação de cargas de caminhões, extorsão, corrupção passiva e prevaricação. Um dos acusados chefiava setor de roubos e furtos
Um dos acusados, Joaquim Soares de Azeredo era chefe do setor de roubos e furtos da 151ª DP (Nova Friburgo), cidade que servia de base para a quadrilha. O bando chegava a movimentar R$ 800 mil por semana e segundo a PF contava com ramificações em outros dez municípios: Rio de Janeiro, Niterói, Campos, Cordeiro, Cabo Frio, Macaé, São Sebastião do Alto, Além Paraíba, Guapimirim e Teresópolis.
A investigação revelou que a quadrilha agia há pelo menos cinco anos. Entre as cargas roubadas, as mais visadas eram laticínios, café e carne. Parte dos produtos ficava com o dono de um frigorífico. Entre os demitidos está também o inspetor Henrique Caetano Pereira. Ele é acusado de participar de roubo de R$ 325 mil em um escritório de advocacia em Volta Redonda. O sétimo demitido foi o inspetor Ricardo Elias Monteiro, preso em flagrante pela Corregedoria da Polícia Civil pelo crime de concussão - quando se usa do cargo para conseguir vantagem indevida.
Os oficiais da PM acusados de ligação com milícias são o major Dilo Pereira Soares Junior e o capitão Epaminondas de Queiroz Medeiros Júnior. Dilo chegou a ser expulso da corporação em 2001, acusado de envolvimento no sequestro e morte de um taxista, mas recorreu e voltou à corporação. Já o capitão Epaminondas de Queiroz é oficial da reserva da Polícia Militar. Ele entrou na corporação em 1984 e foi promovido a capitão em 1991. Queiroz trabalhou na Coordenadoria Militar da prefeitura do Rio no primeiro mandato de ex-prefeito Cesar Maia (1993 a 1996) e de seu sucessor, Luiz Paulo Conde. Em 2006, candidatou-se a deputado estadual, mas não foi eleito. Em 2008, foi pré-candidato a vereador pelo PDT, mas desistiu da candidatura.
De acordo com investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), os bens do capitão Queiroz eram estimados em R$, 4,2 milhões, quando foram bloqueados pela operação Rolling Stones em 2009, que investigou a milícia que atua em Rio das Pedras.
Os Oficiais tiveram bens declarados indisponíveis. Entre os bens estavam um apartamento no Edifício Heron Lakes, no Golden Green, condomínio de luxo na Barra da Tijuca além de imóveis nos condomínios Vivendas do Sol e Barra Bali (Recreio dos Bandeirantes ) e em Angra dos Reis. Na mesma operação, o major Dilo teve 11 imóveis sequestrados judicialmente, que à época valiam cerca de R$ 7,1 milhões. Os outros dois oficiais acusados de envolvimento com a máfia de caça-níqueis são o capitão Adriano Magalhães da Nóbrega e o tenente João André Ferreira Martins.
Fonte: O Globo.
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