Manaus, 15/08/2013 – O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou nesta quinta-feira que a realização do Seminário Sul-Americano de Monitoramento de Áreas Especiais é o primeiro passo para a criação de um sistema regional de monitoramento comum aos países amazônicos. Amorim abriu os trabalhos do encontro que reúne representantes de dez países da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para debater o gerenciamento das chamadas áreas especiais, a exemplo da Amazônia.
O seminário é o desdobramento da IV Reunião do Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS/Unasul), realizada em novembro do ano passado em Lima, no Peru. Na ocasião, os integrantes da entidade manifestaram apoio à proposta de constituição de um sistema de gestão de áreas que abrigam, entre outras, reservas indígenas e de proteção ambiental. A criação de um sistema de gerenciamento comum é uma das linhas que integram o Plano de Ação do CDS para 2013.
O encontro, que termina amanhã, pretende servir como espaço para a troca de experiências entre os países e permitir que acordos possam ser firmados para integração e monitoramento de eventos como desmatamento, formação de focos de calor, tremores de terras e cenários onde ocorrem crimes transnacionais. O Brasil possui ampla experiência de gerenciamento de áreas especiais por intermédio do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam).
Segundo Amorim, a criação de um sistema que integre os diversos países da Unasul em ações de proteção da Amazônia é fundamental para dotar as nações de meios para o combate, por exemplo, de crimes ambientais transnacionais. “A história nos ensina que não podemos ignorar a possibilidade de que ativos de nossa região se tornem objeto de competição e cobiça internacional, por mais pacíficas que sejam nossas orientações políticas”, disse o ministro. Ele completou: “Ao agirmos em comunhão, estaremos mais protegidos das ameaças à segurança de América do Sul”.
A abertura do encontro teve a presença dos ministros da Defesa da Colômbia, Juan Carlos Pinzón, e do Equador, María Fernanda Espiniosa. As duas autoridades manifestaram apoio à criação do sistema regional de gerenciamento e reiteraram a disposição dos seus países em colaborar para o desenvolvimento da iniciativa que, na avaliação deles, poderá ajudar no combate aos ilícitos que ocorrem na região.
Pinzón chamou a atenção para os novos desafios na proteção e defesa da região amazônica. “Hoje enfrentamos crimes ambientais sofisticados em nossa região. A exploração de recursos minerais, por exemplo, tornou-se um dos maiores problemas na Amazônia. Deixou de ser uma atividade improvisada para ser tornar algo devastador e nocivo ao ambiente”, disse, ao ressaltar a importância de um sistema integrado de monitoramento.
Já Espiniosa destacou as possibilidades de formulação de políticas que atendam as necessidades de desenvolvimento e preservação da região. “Encontros dessa natureza nos dão espaço para a reflexão de temas como o desenvolvimento da Amazônia em um contexto de diversidade e soberania só possível no âmbito das nações sul-americanas”, disse.
Após a abertura do seminário, Amorim manteve reuniões bilaterais com os dois ministros nas quais tratou de temas diversos relativos à cooperação na área de defesa.
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