terça-feira, 19 de agosto de 2025

Max Motta retorna com “A Cara do Brasil 7 – Sal e Sol” no Recife

 Com cerca de 60 obras, incluindo 17 inéditas, a mostra segue até 15 de novembro no Instituto Ploeg, unindo artes visuais, música, literatura e cultura popular em uma experiência multissensorial sobre identidade, resistência e brasilidade. Todas as obras estão à venda

Veja (10) Fotos:


Um grito e, ao mesmo tempo, um abraço. Assim o artista pernambucano Max Motta define a exposição “A Cara do Brasil 7 - Sal e Sol”, em cartaz no Instituto Ploeg, no bairro da Boa Vista, até 15 de novembro. A sétima edição marca o retorno da série após um hiato de dois anos e reúne cerca de 60 obras, sendo 17 inéditas, sob curadoria do próprio artista e da produtora cultural Amanda Lira. A entrada é gratuita e todas as obras estão disponíveis para venda.


“Criei ‘A Cara do Brasil’ porque sentia falta de me ver, de ver meu povo nas imagens que eu mesmo e meus amigos pintavam. A gente cresceu achando que o Brasil bonito era o que parecia ‘de fora’, que o certo era esconder nosso sotaque, disfarçar nossa cor, silenciar nossa origem. Essa exposição é uma resposta a isso. É sobre colocar no centro quem sempre foi jogado pros cantos. É sobre dizer que o povo daqui, com sua pele, sua luta, seus olhos fundos de sol, é arte sim. E da mais bonita. ‘A Cara do Brasil’ é um grito, mas também é um abraço. Um convite pra olhar com verdade e com afeto. E que bom que tanta gente tem topado dividir esse olhar comigo”, afirma Max Motta.


A mostra convida o público a percorrer cinco espaços temáticos que combinam muralismo, instalações interativas e texturas. Logo na entrada, um corredor de murais conduz os visitantes até o quintal do casarão, atravessando ambientes que exploram diferentes dimensões do Brasil.


Na primeira sala, intitulada “Carne do Brasil”, estão obras de caráter crítico e social, como “Melhor Amigo”, que retrata a lealdade de um cão ao tutor em situação de rua. Já a releitura da “Pietà” de Michelangelo, com uma mulher negra segurando o filho morto nos braços, traz um impacto visual e simbólico: o sangue escorrendo forma o mapa do Brasil, em uma potente reflexão sobre dor, resistência e identidade.


O salão principal concentra a maior parte das obras organizadas em temas diversos. Em “Sal e Sol”, Max celebra a praia, a beleza dos corpos negros e a alegria por meio de cores vibrantes. Já em “Família”, retrata pessoas de diferentes idades em cenas do cotidiano, revelando momentos de nostalgia e intimidade. O artista também mergulha no interior do Brasil, registrando feiras populares, a cachaça e a estética das caligrafias vernaculares, capturando com sensibilidade a vida cotidiana e a cultura regional.


A exposição também estabelece diálogos com a literatura e a música. Entre os destaques estão as obras originais criadas por Max para ilustrar o clássico “Clara dos Anjos”, de Lima Barreto, relançado pela Editora Planeta e a trilogia inspiração na canção “Dorival”, da banda Academia da Berlinda, que retrata o personagem indo para o mar, trabalhando nele e voltando para a sua amada.


Outro ponto de destaque é o “Atelier Aberto”, que receberá atividades ao longo da mostra e exibe trabalhos de alunos de Max, frutos de nove meses de cursos de pintura no Instituto Ploeg. Há ainda um ambiente pintado por completo - paredes e chão - retratando pessoas negras, indígenas, fauna e flora brasileiras, com a frase “O Brasil tem sua cara”. No quintal, novos murais ampliam a experiência.


Além de obras inéditas, a mostra também reúne trabalhos das seis edições anteriores de “A Cara do Brasil”, desde a estreia em Belo Horizonte, em 2022, até a sexta edição na Casa Criatura, em Olinda, durante o Circuito Fenearte. São pinturas, fotografias e um vídeo que revelam os bastidores do processo criativo e ajudam a compor o caminho até aqui. Nesta nova edição, Max Motta se confunde com a própria obra: a exposição é ele, e ele é a exposição. Todas as fases anteriores se encontram reunidas como um só corpo, tecido por memórias, vivências e saberes acumulados ao longo de sua trajetória.


A exposição é realizada pela ACabra Produções e pelo Instituto Ploeg, com apoio da Iquine, Sete Engenharia, Eugênia Lima e Café São Braz, e contará ainda com programação paralela de visitas guiadas, oficinas, apresentações de dança, desfile e uma semana didática de workshops.


SERVIÇO

Exposição “A Cara do Brasil 7 – Sal e Sol”, de Max Motta

Quando: até 15 de novembro de 2025

Horário: segunda a sábado, das 10h às 17h

Onde: Instituto Ploeg - Rua da Santa Cruz, 190, Boa Vista, Recife (em frente ao Mercado da Boa Vista)

Entrada gratuita


Fotos: Hélia Scheppa









Ascom/Raynaia Uchôa

Por, Paulino Andrade/FN

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