terça-feira, 23 de abril de 2013

É inaceitável o preconceito de Neymar com os “paraíba”


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Teria acontecido durante o jogo de quarta-feira entre Santos e Flamengo-PI, na Vila Belmiro: revoltado com a forte marcação que recebia, Neymar passou a xingar os jogadores piauienses de “paraíba” e de “morta-fome”.
Fez lembrar Edmundo, em 1997, quando o Vasco enfrentava o América-RN, em Natal. Após tomar o segundo cartão amarelo e ser expulso pelo juiz Dacildo Mourão, que era cearense, o craque Edmundo deu essa infeliz declaração:
“A gente vem na Paraíba e põem um ‘paraíba’ pra apitar? Só pode prejudicar a gente”. Para completar a noite infeliz, Edmundo ainda afirmou que os cariocas não entendem de geografia e são preconceituosos: “Lá no Rio, tudo mundo que é do Norte nós chamamos de ‘paraíba’, não foi para agredir ninguém…”
A propósito de preconceito no mundo do futebol, publiquei ontem aqui o desabafo de um leitor paraguaio que ficou furioso com a expressão “cavalo paraguaio”. No fundo ele tem razão de sentir-se ofendido. Assim como os nordestinos (especialmente os paraibanos) não podem achar a menor graça em Neymar e Edmundo.
Neymar não foi irônico com beque inglês Joey Barton (nem sequer respondeu) que o comparou a Justin Bieber e disse que ele só brilhava na “Liga da Selva”, ou seja, no Brasil. Por que essa valentia e esse preconceito agora só com os “paraiba”?
O técnico do Flamengo-PI, Josué Teixeira, foi mais além e lembrou uma famosa profecia sobre Neymar:
“Renê Simões já disse que estamos criando um monstro. Eu acho que o monstro está criando forma”, disse.
E complementou: “Estou preocupado com a seleção brasileira, porque a Seleção não vai jogar na Vila Belmiro e Neymar disse que é na Vila que o bicho pega. Acho que Neymar vai se perder. Os grandes jogadores mantiveram a postura profissional durante toda a carreira. O Neymar não faz isso. Ele não tem respeito pelo adversário. Não tem nada que chamar os adversários de ‘paraíba’”.
Já o zagueiro Niel, do Fla-PI, resolveu aproveitar para dar um alerta:
“Enquanto o jogo estava 0 a 0, Neymar não deu um passe de letra e nem fez gracinha. Mas o nosso time foi honesto. O problema é que um dia alguém pode fazer uma besteira. Hoje ele está bem, mas amanhã pode estar chorando”.
É. Pode ser.

Fonte: Marconde Brito em FUTEBOL

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