Publicado em 02.03.2013, às 15h25
Gleide Ângelo já sonhou em ser jornalista. "Me dou tão bem com a imprensa por isso", afirma
Foto: JC Imagem
Amanda Miranda Do NE10
Protagonista em investigações de assassinatos que ganharam
repercussão no Grande Recife, a delegada Gleide Ângelo, do Departamento
de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil de
Pernambuco, é figura notória por desvendar crimes que pareciam
indecifráveis. Embora seja reconhecida principalmente pelo seu trabalho,
o uso de roupas e sapatos de cores fortes e das mechas vermelhas nos
cabelos também fazem a sua vaidade ter papel de destaque na conquista da
fama.
"Quando era mais nova, meu pai dava dinheiro para comprar um sapato bom. Eu usava para comprar cinco ruins, porém de cores diferentes. Ou comprava o bom e vários cadarços coloridos para usar combinando com a blusa. Cor para mim é vida", afirma. Para Gleide, roupas e acessórios reproduzem a personalidade. "Escolho o que vou usar de acordo com o dia. É impressionante como só consigo vestir preto e marrom quando estou triste. Já nos outros dias...", revela.
A delegada é dona de coleções de sapatos, calças, blusas, bolsas, colares, pulseiras, entre outros acessórios que ela mesmo faz. Veja no vídeo abaixo o que Gleide Ângelo leva na bolsa e como produz os próprios maxicolares. A música utilizada é a sua preferida entre os mais de 100 CDs de MPB que possui.
Gleide Ângelo revela que tinha o vício de comprar. Bastava passar em frente a uma vitrine e gostar da roupa. "Como já tenho todas as peças de todas as cores, agora só compro se gostar muito e gosto muito de pouca coisa. Estou na fase de me perguntar se preciso daquilo antes de levar para casa", conta a delegada que tem mais de 60 calças e quase 100 pares de sapato. "Isso é porque sempre separo o que não uso mais para doar", diz. A delegada acrescenta ainda que tem peças de roupa de vários estilos, desde saias longas estampadas até shorts curtos, e usa o que tem vontade.
A delegada tem dois armários para guardar as roupas (Fotos: Maria Eduarda Ângelo/Cortesia e Amanda Miranda/NE10)
Os sapatos de salto são para o dia a dia, enquanto as botinhas e tênis são usados em dias de plantão, junto com o padrão da Força-Tarefa de Homicídios (Fotos: Maria Eduarda Ângelo/Cortesia)
Para relaxar, Gleide faz bijuterias. "Gosto de usar a minha criatividade, de sair montando as peças. Se tenho uma ideia, vou ao Centro, onde gosto muito de andar, compro o que for preciso e faço", conta. A delegada já fez curso de corte e costura e, como também costuma fazer reformas em casa e mudar os móveis de lugar, pretende estudar design de interiores em 2014.
São tantos, que Gleide nem sabe mais quantos colares tem (Fotos: Amanda Miranda/NE10 e Maria Eduarda Ângelo/NE10)
A delegada descobriu que havia se transformado em uma celebridade na Rua das Calçadas, no Centro, enquanto comprava as peças para fazer um colar. "Prendi os cabelos e coloquei óculos escuros bem grandes para não ser reconhecida. Chegando lá, uma mulher ficou me olhando e perguntou se eu era a delegada. Perguntei como ela sabia e ela disse que era pelo sinal (em cima da boca). Outras pessoas já me reconheceram por isso", conta.
Gleide acredita que ficou mais "famosa" devido aos programas policiais e ainda surpreende-se como as tragédias têm audiência. "O mundo tem muita gente boa, mas é o ruim que aparece e choca", reflete. O caso que mais chamou a sua atenção pela maldade, o de Jennifer Kloker, foi justamente o que gostou mais de investigar. "Fiquei surpresa com a monstruosidade com que tudo foi feito. Como puderam viajar da Itália até aqui com tudo planejado e matar a mulher na frente do filho dela?", explica.
A delegada solucionou o enredo da morte da alemã Jennifer Kloker, encontrou o menino Lucas Kauan, descobriu que o jornalista Lucas Fortuna foi vítima de um latrocínio, que considera o pior crime de todos. Apesar de hoje amar o que faz, Gleide descobriu que seria delegada há apenas 10 anos. Exerce a função desde 2008, quando passou cerca de nove meses na Roubos e Furtos antes de ser transferida para o DHPP, mas entrou na polícia cinco anos antes como agente. Já era formada em administração e ainda começaria o curso de direito.
Gleide Ângelo participou da investigação muitos casos (Fotos: JC Imagem/Arquivo e Amanda Miranda/NE10)
Antes, desejava ser jornalista. "Gosto muito de escrever, até hoje. O problema é que o meu pai dizia que eu morreria de fome e que os seus filhos tinham que fazer concurso", explica. A única seleção que não valia foi a que ela escolheu: para ser policial. "Meu pai disse: 'minha única filha mulher deu para o que não presta, polícia', quando soube do concurso", lembra.
Gleide acredita que ele pensava na violência da instituição. "Essa é a imagem que as pessoas têm. E não é verdade. Eu respeito todo mundo aqui, trato todos com dignidade, e nunca dei sequer um grito em um preso", diz. O pai da delegada faleceu devido a um acidente vascular cerebral (AVC) antes de saber que ela havia passado. A mãe já havia morrido. "Nem adianta dizer que torturo os suspeitos para confessarem. Primeiro porque não preciso de confissão para o inquérito, me apego às provas, e segundo porque é só olhar para mim para saber que não vou bater em ninguém. Não gosto de violência", diz.
O delegado com quem mais gosta de trabalhar é Alfredo Jorge, também o que mais admira, além de Erivaldo Guerra (Fotos: Amanda Miranda/NE10)
Evangélica, frequenta a Assembleia de Deus de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. "Acredito muito em Deus e no ser humano. Acredito que todo mundo pode se recuperar, é só querer. Enquanto há vida, há esperança", diz. Por isso, Gleide guarda em cima da sua mesa no DHPP, ao lado do Código Penal, pequenos exemplares do Novo Testamento, que distribui entre os que saem de lá indiciados.
Gleide acredita que as passagens bíblicas podem fazer com que criminosos reflitam e mudem (Foto: Amanda Miranda/NE10)
Gleide Ângelo usa a combinação das cores dos seus guarda-roupas e o vermelho mantido nos cabelos desde 2004, quando ainda trabalhava no setor de recursos humanos da Polícia Civil, para se instigar a fazer justiça para as famílias de quem foi encontrado morto, garantir a segurança de quem precisa e encontrar desaparecidos. "Quem faz minha agenda são os bandidos. Meu papel é combater e tirar esse povo de circulação, para ensinar, não importa a hora. Se descubro onde o suspeito está ou precisam de mim, já tenho a minha botinha ali (aponta para o armário da sala). Tiro o salto e vou atrás", afirma.
Fonte: Cotidiano do Ne10
Veja tambem:www.twitter.com/paulino_andrade www.facebook.com/paulinoandrade.imprensa
"Quando era mais nova, meu pai dava dinheiro para comprar um sapato bom. Eu usava para comprar cinco ruins, porém de cores diferentes. Ou comprava o bom e vários cadarços coloridos para usar combinando com a blusa. Cor para mim é vida", afirma. Para Gleide, roupas e acessórios reproduzem a personalidade. "Escolho o que vou usar de acordo com o dia. É impressionante como só consigo vestir preto e marrom quando estou triste. Já nos outros dias...", revela.
A delegada é dona de coleções de sapatos, calças, blusas, bolsas, colares, pulseiras, entre outros acessórios que ela mesmo faz. Veja no vídeo abaixo o que Gleide Ângelo leva na bolsa e como produz os próprios maxicolares. A música utilizada é a sua preferida entre os mais de 100 CDs de MPB que possui.
Gleide Ângelo revela que tinha o vício de comprar. Bastava passar em frente a uma vitrine e gostar da roupa. "Como já tenho todas as peças de todas as cores, agora só compro se gostar muito e gosto muito de pouca coisa. Estou na fase de me perguntar se preciso daquilo antes de levar para casa", conta a delegada que tem mais de 60 calças e quase 100 pares de sapato. "Isso é porque sempre separo o que não uso mais para doar", diz. A delegada acrescenta ainda que tem peças de roupa de vários estilos, desde saias longas estampadas até shorts curtos, e usa o que tem vontade.
A delegada tem dois armários para guardar as roupas (Fotos: Maria Eduarda Ângelo/Cortesia e Amanda Miranda/NE10)
Os sapatos de salto são para o dia a dia, enquanto as botinhas e tênis são usados em dias de plantão, junto com o padrão da Força-Tarefa de Homicídios (Fotos: Maria Eduarda Ângelo/Cortesia)
Para relaxar, Gleide faz bijuterias. "Gosto de usar a minha criatividade, de sair montando as peças. Se tenho uma ideia, vou ao Centro, onde gosto muito de andar, compro o que for preciso e faço", conta. A delegada já fez curso de corte e costura e, como também costuma fazer reformas em casa e mudar os móveis de lugar, pretende estudar design de interiores em 2014.
São tantos, que Gleide nem sabe mais quantos colares tem (Fotos: Amanda Miranda/NE10 e Maria Eduarda Ângelo/NE10)
A delegada descobriu que havia se transformado em uma celebridade na Rua das Calçadas, no Centro, enquanto comprava as peças para fazer um colar. "Prendi os cabelos e coloquei óculos escuros bem grandes para não ser reconhecida. Chegando lá, uma mulher ficou me olhando e perguntou se eu era a delegada. Perguntei como ela sabia e ela disse que era pelo sinal (em cima da boca). Outras pessoas já me reconheceram por isso", conta.
Gleide acredita que ficou mais "famosa" devido aos programas policiais e ainda surpreende-se como as tragédias têm audiência. "O mundo tem muita gente boa, mas é o ruim que aparece e choca", reflete. O caso que mais chamou a sua atenção pela maldade, o de Jennifer Kloker, foi justamente o que gostou mais de investigar. "Fiquei surpresa com a monstruosidade com que tudo foi feito. Como puderam viajar da Itália até aqui com tudo planejado e matar a mulher na frente do filho dela?", explica.
Todos
os casos são diferentes uns dos outros. Quando você acha que já viu
tudo, vem um pior. Mesmo assim, continuo acreditando na humanidade
A responsabilidade do seu trabalho é considerada pela delegada. "Aqui
(no DHPP), lidamos com a vida, que é o bem maior e não temos como
recuperar. A única coisa que podemos fazer é justiça", afirma. No
início, sofreu preconceito pelas roupas que usa e chegou a ouvir que
aquele não era ambiente para mulheres. "Entendo que é porque era tudo
muito novo. Depois, fui conquistando o respeito das pessoas pelas
investigações e isso não acontece mais", conta. Com os filhos - uma
adolescente de 15 anos e um de 16 -, segundo Gleide, foi o contrário.
"Eles sempre tiveram muito orgulho de mim", afirma.A delegada solucionou o enredo da morte da alemã Jennifer Kloker, encontrou o menino Lucas Kauan, descobriu que o jornalista Lucas Fortuna foi vítima de um latrocínio, que considera o pior crime de todos. Apesar de hoje amar o que faz, Gleide descobriu que seria delegada há apenas 10 anos. Exerce a função desde 2008, quando passou cerca de nove meses na Roubos e Furtos antes de ser transferida para o DHPP, mas entrou na polícia cinco anos antes como agente. Já era formada em administração e ainda começaria o curso de direito.
Gleide Ângelo participou da investigação muitos casos (Fotos: JC Imagem/Arquivo e Amanda Miranda/NE10)
Antes, desejava ser jornalista. "Gosto muito de escrever, até hoje. O problema é que o meu pai dizia que eu morreria de fome e que os seus filhos tinham que fazer concurso", explica. A única seleção que não valia foi a que ela escolheu: para ser policial. "Meu pai disse: 'minha única filha mulher deu para o que não presta, polícia', quando soube do concurso", lembra.
Gleide acredita que ele pensava na violência da instituição. "Essa é a imagem que as pessoas têm. E não é verdade. Eu respeito todo mundo aqui, trato todos com dignidade, e nunca dei sequer um grito em um preso", diz. O pai da delegada faleceu devido a um acidente vascular cerebral (AVC) antes de saber que ela havia passado. A mãe já havia morrido. "Nem adianta dizer que torturo os suspeitos para confessarem. Primeiro porque não preciso de confissão para o inquérito, me apego às provas, e segundo porque é só olhar para mim para saber que não vou bater em ninguém. Não gosto de violência", diz.
O delegado com quem mais gosta de trabalhar é Alfredo Jorge, também o que mais admira, além de Erivaldo Guerra (Fotos: Amanda Miranda/NE10)
Evangélica, frequenta a Assembleia de Deus de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. "Acredito muito em Deus e no ser humano. Acredito que todo mundo pode se recuperar, é só querer. Enquanto há vida, há esperança", diz. Por isso, Gleide guarda em cima da sua mesa no DHPP, ao lado do Código Penal, pequenos exemplares do Novo Testamento, que distribui entre os que saem de lá indiciados.
Gleide acredita que as passagens bíblicas podem fazer com que criminosos reflitam e mudem (Foto: Amanda Miranda/NE10)
Gleide Ângelo usa a combinação das cores dos seus guarda-roupas e o vermelho mantido nos cabelos desde 2004, quando ainda trabalhava no setor de recursos humanos da Polícia Civil, para se instigar a fazer justiça para as famílias de quem foi encontrado morto, garantir a segurança de quem precisa e encontrar desaparecidos. "Quem faz minha agenda são os bandidos. Meu papel é combater e tirar esse povo de circulação, para ensinar, não importa a hora. Se descubro onde o suspeito está ou precisam de mim, já tenho a minha botinha ali (aponta para o armário da sala). Tiro o salto e vou atrás", afirma.
Fonte: Cotidiano do Ne10
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