segunda-feira, 4 de março de 2013

IDOSO É SOLTO E FAMÍLIA PEDIRÁ INDENIZAÇÃO NA JUSTIÇA


Aposentado foi preso no lugar de outro homem com o nome igual ao dele. Ele passou três dias no Cotel

Publicado em 02/03/2013, às 18h25

Do JC Online

José Manoel tem câncer pressão alta e dificuldades motoras / Foto: Divulgação

José Manoel tem câncer pressão alta e dificuldades motoras

Foto: Divulgação

Três dias depois de ser preso no lugar de outro homem com o nome igual ao dele por um homicídio ocorrido em Abreu e Lima, em 1989, o funcionário público estadual aposentado e pastor evangélico José Manoel Bernardo, 79 anos, foi solto às 22h desta sexta-feira (1º) e está de volta à sua casa, em Camaragibe, Zona Oeste do Recife, onde foi preso na terça-feira (26) e encaminhado ao Centro de Observação e Triagem Professor Everaldo Luna (Cotel).
Com câncer de próstata em estado avançado, pressão alta e dificuldades motoras, inclusive de fala, o idoso passou esse período dormindo no chão, sem os remédios que toma diariamente e chegou debilitado e com um olho inflamado, segundo informações da família, que vai entrar com pedido de indenização ao Estado. Apesar de solto, Manoel ainda corre o risco de ir a júri popular.
“O erro foi muito grave, vamos pedir reparação na esperança de que isso não se repita com outras famílias. Meu tio serviu mais de 30 anos ao Estado e é essa a recompensa que ele tem? Os agentes públicos precisam ter mais cuidado com os cidadãos”, protestou o servidor da UPE Ivaldo Gomes. “Apresentamos toda a documentação dele e da mãe dele comprovando as diferenças de informações entre ele e o acusado, houve burocracia, mas o juiz se sensibilizou. E a imprensa ajudou muito a corrigir esse erro, só temos a agradecer”.
O advogado de Manoel, João Batista, explicou que vai entrar com recurso na próxima terça-feira (5), para tentar impedir que ele vá a júri popular, uma vez que já houve sentença de pronúncia para o homônimo (quando ainda não ocorreu o julgamento, mas o juiz vê indícios da culpa). Ele também explicou que, mesmo se fosse o verdadeiro acusado, o pastor já teria prescrição de pena, por conta da idade. “A partir dos 65 anos, o prazo de prescrição se reduz pela metade”, observou.

Fonte: Do JC Online.

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