A revolução silenciosa da IA no mercado imobiliário

 Como a inteligência artificial está transformando profundamente a forma como compramos, vendemos e gerenciamos propriedades

 Manoel Neto, Diretor de Negócios para Imobiliárias da Superlógica

O que há pouco tempo provocava receio e resistência entre corretores e profissionais do mercado imobiliário, hoje é a força motriz de uma revolução silenciosa que está redesenhando o nosso setor. A Inteligência Artificial (IA) não apenas chegou para ficar, como também está transformando profundamente a forma como compramos, vendemos e gerenciamos propriedades.

No centro dessa transformação está uma constatação inevitável: a IA não é mais uma curiosidade futurista. Ela é, aqui e agora, uma ferramenta estratégica. Assim como a capa de um super-herói, a IA não é a fonte do poder, mas um acessório indispensável, que não cria a força do corretor, mas facilita seu trabalho, permitindo que ele se concentre no que realmente importa. O corretor de imóveis, que não precisa ser especialista em tecnologia, continua sendo o protagonista, mas agora pode ser mais rápido, mais eficiente e mais focado no que realmente importa — as pessoas.

Corretores que antes gastavam horas ajustando anúncios, analisando dados ou gerando relatórios agora têm aliados invisíveis. A IA permite que eles automatizem tarefas rotineiras, como criar anúncios atraentes e informativos, simular condições de financiamento, ou mesmo organizar uma agenda abarrotada. O resultado? Tempo liberado para o que nenhuma tecnologia consegue substituir: o relacionamento humano.

Não por acaso, o impacto mais palpável está no atendimento ao consumidor. No mundo moderno, a paciência é um recurso escasso. Quem procura um imóvel não está disposto a esperar. Hoje, o tempo médio de resposta de uma imobiliária é de 8 horas. Oito horas que podem ser fatais para o fechamento de um negócio. Com a IA, essa espera pode ser drasticamente reduzida, e a personalização do atendimento, levada a um novo nível. O resultado? Clientes mais satisfeitos e, mais importante, mais negócios fechados.

A integração da IA aos sistemas de CRM e plataformas de gestão não é mais uma opção — é uma necessidade. As empresas que falharem em adotar essa tecnologia estarão, sem dúvida, um passo atrás de seus concorrentes.

Contudo, a IA é apenas parte da equação. O sucesso no mercado imobiliário, como em qualquer outro setor, depende da combinação entre tecnologia e expertise humana. Por mais avançada que seja a IA, ela nunca substituirá o conhecimento intuitivo do corretor sobre o mercado, nem a habilidade de construir relacionamentos sólidos e de confiança.

O futuro do setor não será definido pela IA sozinha, mas pela maneira como os profissionais a utilizarem para elevar seu próprio desempenho. As empresas que compreenderem essa dinâmica estarão mais bem preparadas para prosperar neste novo cenário.

A revolução imobiliária está em andamento, e as empresas que abraçarem essa mudança estratégica terão não apenas um diferencial competitivo, mas também a capacidade de moldar o futuro do setor.

*Manoel Neto é Diretor de Negócios para Imobiliárias no Grupo Superlógica. Com anos de experiência no segmento, inovou ao criar a Arbo, uma plataforma de alta tecnologia que facilita a gestão de toda transação de imóveis das imobiliárias, a qual passou a integrar a Superlógica Imobiliárias, líder na gestão financeira e de locação de imóveis no Brasil.

Sobre a Superlógica

Líder em soluções tecnológicas e financeiras para os mercados condominial e imobiliário, a Superlógica detém 50% do mercado endereçável no país e oferece um vasto portfólio de produtos, incluindo softwares de gestão, relacionamento e de controles de acesso, além de serviços financeiros como crédito, pagamentos e conta digital. A empresa realizou 8 aquisições nos últimos anos e já recebeu 450 milhões de reais em aportes para expansão de seus produtos e serviços. O investimento foi liderado pelo fundo norte-americano de private equity Warburg Pincus. A Superlógica possui mais de mil funcionários e transacionou mais de 35 bilhões de reais em 2023.

Assª. Cibele Lima

Por Paulino Andrade/FN