terça-feira, 28 de maio de 2013

Moradores de residencial na incerteza

Equipe da Defesa Civil constatou que risco do bloco A1 do Eldorado evoluiu

28/05/2013 02:06 - NATHÁLIA GUIMARÃES

Fotos: Arthur Mota
SITUAÇÃO da estrutura do prédio está sendo acompanhada pela Prefeitura
Incerteza e preocupação. Estes eram os sentimentos compartilhados entre os moradores do bloco A1, do conjunto residencial Eldorado, no Arruda, Zona Norte do Recife, que continuavam a esperar, na manhã de ontem, a permissão da Defesa Civil para a retirada dos seus pertences. Representantes do órgão, inclusive, compareceram ao local para realizar uma vistoria de monitoramento nos edifícios com o objetivo de verificar se o risco de desabamento havia aumentado. Nos prédios do setor A2 apenas uma família ainda não tinha retirado seus objetos pessoais do apartamento. De acordo com a gestora de análise tecnológica da Secretaria de Defesa Civil do Recife (Sedec), Elaine Holanda, o quadro de risco do bloco A1 apresentou uma evolução. “Não podemos por as famílias em risco. Estamos acompanhando a evolução da estrutura para decidirmos qual será o momento certo para que eles façam a retirada destes bens”, explica a gestora.

Em meio à desordem, a psicóloga Jéssica Noca, de 29 anos, se organizava para retirar seus últimos pertences de um apartamento do bloco A2. Como não possui parentes na cidade, a falta de outro local para se abrigar dificultou o processo de retirada dos móveis. “Minha maior preocupação são meus livros e as fotos da minha família”, conta. Ela, que residia no conjunto há três anos com a mãe e o irmão, explica que o sentimento de ver todo o trabalho de uma vida desperdiçado é de luto. “Minha mãe dedicou a vida para comprar um imóvel e conseguir reformá-lo e agora este espaço não é mais nosso. O que a gente sente é um desespero”, desabafa.

Já a funcionária pública e moradora do bloco A1 há 17 anos, Selma Carvalho, de 50 anos, estava de vigília no condomínio aguardando uma posição de Defesa Civil para que ela pudesse retirar seus pertences do prédio. “Só consegui retirar algumas roupas. Agora, volto aqui todos os dias para tentar salvar meus documentos, inclusive alguns essenciais para que eu possa provar que somos donos do imóvel”, complementa.

Ela também estava apreensiva sobre a segurança dos seus pertences, apesar da vigília realizada pela Polícia Militar (PM). “Tenho medo. Não podemos entrar e não sabemos se outra pessoa estranha pode entrar e levar algo. É um clima de constante tensão”, complementa. Para proteger os moradores de possíveis furtos, a PM está de prontidão no local com uma viatura.

As 192 famílias que vivem nos outros 12 blocos do condomínio também estavam apreensivas. Apesar de residir no setor E1, a chefe de produção Maria das Dores Farias, de 56 anos, conta que já está à procura de outros apartamentos para alugar. “Não consigo dormir tranquila vendo que os outros prédios do mesmo condomínio estão neste estado. Se aconteceu nestes dois blocos, pode acontecer com o nosso. Este apartamento é próprio, mas o que vale é a vida da minha família”, ressalta.

BOA VIAGEM
Os moradores dos blocos A e B do edíficio Emílio Santos, localizado no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, têm até a próxima sexta-feira para desocuparem definitivamente os apartamentos. O prazo foi dado pela Sedec após vistoria realizada no último dia 17, quando foi ordenado a retirada dos condôminos do bloco C. O órgão deverá entregar na primeira semana de junho um laudo com as informações técnicas sobre as condições estruturais do imóvel.

Fonte: Folha-PE

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